blog | 08/04/2022
Alimentação de crianças autistas: um desafio possível
Em abril se celebra o Dia Mundial de Conscientização do autismo e por essa razão, a Tip Top preparou um post informativo sobre a alimentação de crianças autistas, trazendo algumas dicas da Nutricionista Ana Sylvia Silveira e a experiencia de Cristina Sanfelice, funcionária Tip Top e mãe de criança autista.
Para começar, explicamos: Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por uma alteração no desenvolvimento cerebral que causa comportamentos repetitivos e estereotipados e também mudanças na comunicação social e interação da criança.
Cuidar de uma criança com autismo pode ser desafiador em vários aspectos e a alimentação certamente é um deles. Pessoas com TEA costumam ser mais sensíveis ao sabor, cheiro, cor e textura dos alimentos, apresentando dificuldade de consumir alguns alimentos – ou mesmo rejeição -, o que pode causar problemas nutricionais.
As necessidades alimentares da criança com autismo
Segundo a nutricionista Ana Sylvia Silveira, “o que se sabe até o momento, é que as crianças com autismo têm alterações bioquímicas e fisiológicas específicas e não conseguem lidar com certos alimentos, que devem ser retirados, e precisam de doses mais elevadas de outros nutrientes, que devem ser acrescentados”.
A abordagem nutricional no TEA deve ser indicada para retirar o que faz mal, repor o que faz falta e reequilibrar o que está desequilibrado. “Geralmente, na primeira fase do tratamento, indicamos a diminuição ou retirada dos industrializados da alimentação de algumas crianças, especialmente corantes, aditivos e pesticidas, o que é benéfico para todos os atípicos ou neuro típicos” explica Sylvia.
A nutricionista também conta que a diminuição ou retirada de alimentos com compostos alergênicos ou que possam causar intolerância como alimentos com glúten, leite, ovos, oleaginosas etc. é feita nas fases seguintes pois muitos estudos relatam melhorias significativas do quadro clínico mediante essas restrições.
Quanto a retirada do glúten, Sylvia reforça que não acarreta nenhum risco nutricional. “É só substituir um cereal por outro sem glúten, como por exemplo milho, arroz, trigo-sarraceno. Porém, é importante que os pais saibam que com a caseína é diferente. O cálcio e a proteína, habitualmente fornecidos pelo leite, são fundamentais para o desenvolvimento das crianças e precisam de ser compensados”.
O transtorno de seletividade alimentar, muito comum entre os autistas, pode ter vários graus e, dependendo do caso, a suplementação diária se mostra estritamente necessária, ao lado de terapias específicas para tratar da seletividade. Para traçar as estratégias é preciso apoio de um profissional nutricionista com olhar integrativo e preventivo.
Mamãe de Autista falando:
Cristina Sanfelice, funcionária Tip Top, mãe do Bruno Sanfelice, diagnosticado com autismo aos 02 anos e hoje com 15 conta que quando pequeno Bruno apresentou alguma resistência a alguns alimentos devido a aparência ou a textura e fixação por outros. “Quando gostava de um determinado alimento, só queria comer aquilo durante um certo tempo, depois mudava para outra comida favorita e aí era só aquela.”
Mas, segundo Cristina, hoje, Bruno come praticamente de tudo, exceto feijão porque ele diz que “feijão range os dentes”, conta sorrindo. Para alivio das mães, Cristina pontua que, e agora o jogo virou e como todo adolescente, Bruno come muito “é preciso cuidar para que ele não se exceda, porque se deixar ele come a cada meia hora. Almoça já perguntando o que teremos para o jantar”, brinca Cristina.
Se você desconfia que uma criança seja autista, procure o pediatra. O diagnóstico e o direcionamento profissional auxiliam especialmente na compreensão do quadro e por tanto no tratamento.
Cristina e Bruno Sanfelice. Bruno, hoje com quinze anos, foi diagnosticado com autismo (asperger) aos dois anos de idade.
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