Cuidando | 23/04/2020
Mês da conscientização do autismo: entrevista especial com a mamãe Alessandra Mendonça
Desde 2008, o dia 02 de abril é considerado, por decreto da ONU (Organização das Nações Unidas), o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.
No Brasil, é estimado que 2 milhões de pessoas tenham a síndrome que, segundo a Associação Brasileira de Autismo, tem como principais características os desvios na comunicação (inclusive a não verbal), a dificuldade de interação social e os padrões de comportamento repetitivos.
Esses sinais podem se manifestar antes mesmo dos três anos de idade, por isso é tão importante que os pais fiquem atentos ao comportamento de seus filhos para que, caso haja indícios, o diagnóstico seja feito por um especialista o mais rápido possível e o tratamento apresente melhores resultados.
O acompanhamento pedagógico, as sessões em grupo para estimular a socialização e as atividades voltadas ao desenvolvimento da comunicação fazem parte do processo para melhorar a qualidade de vida de quem tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), especialmente no caso das crianças, pois como ressalta Daniel Messinger, líder de um estudo sobre o tema nos Estados Unidos, “quanto mais cedo as intervenções forem iniciadas, maiores são os progressos, principalmente nas relações afetivas, nas atividades diárias e motoras.”
Além disso, Carolina Ramos Ferreira, coordenadora pedagógica da Associação de Amigos do Autista (AMA), faz um alerta aos pais para que continuem o trabalho em casa e tomem cuidado com a superproteção. “É preciso incentivar, ensinar a se vestir, a escovar os dentes e a comer sozinho. O excesso de proteção pode fazer com que os pais bloqueiem ainda mais a autonomia dessas crianças e jovens”.
Para compartilhar um pouco da experiência de ter um filho autista, Alessandra Mendonça, mãe do pequeno Alexandre, gentilmente nos concedeu uma breve entrevista com a intenção de ajudar outras famílias que acabam de se deparar com a síndrome ou já convivem com uma criança que tem TEA. Acompanhe a seguir!
Qual foi sua maior preocupação quando soube do autismo?
Minha maior preocupação quando soube e até hoje é com o futuro. Sei que uma mãe de crianças “típicas” possui também essa preocupação, mas uma mãe de uma criança “atípica” sabe que dependerá muito de como sua criança irá se desenvolver e ainda mais como o mundo a receberá se ela não possuir a autonomia que se espera. Essa autonomia que eu acredito ser o foco maior para mim. Espero que ele tenha essa autonomia e seja feliz com suas escolhas.
Hoje, quais são os maiores desafios para você e seu filho?
Hoje, meu filho está com 6 anos e o maior desafio é a inclusão escolar. Profissionais/escolas muitas vezes fecham as portas. Não há realmente uma “receita” para que se inclua um aluno com autismo, afinal, cada ser humano é único e não seria diferente com eles. Porém, com amor, paciência e dedicação, unindo família e escola acredito que é possível fazer um trabalho em que todos ganham. Não se pode simplesmente “fazer de conta” que incluem.
Qual conselho você daria para que os pais e mães de uma criança autista?
Acredite em Deus! Acredite que seu filho é capaz! Procure profissionais que trabalhem com amor, que não tenham medo de tocá-los. A família toda precisa de acolhimento. Vocês não podem se sentir sozinhos. Procure outros pais para conversar. Leiam e estudem o quanto puderem, tentem não se cobrar e, então, descansem sempre que possível, mas não desistam! Comemorem vitórias e pequenas conquistas! Tentem viver o hoje, sei que é difícil, mas a Deus pertence o futuro! Tenham paz no coração e sigam com força e fé! Abraço carinhoso.
Agradecemos a Alessandra por dividir com a gente a sua história e, com essas palavras de esperança, desejamos que muitas famílias se sintam encorajadas a lutar pelo futuro de seus pequenos, apoiar e respeitar as diferenças. Como a mamãe Alessandra diz, cada um de nós é único! Por isso, seguimos incentivando sempre a valorização da vida do próximo. Vamos colocar em prática?
Se você tem um depoimento como o da Alessandra, compartilhe em nossas redes sociais e assim você pode ajudar outras pessoas que passam pela mesma situação. Aproveite para nos contar se você tem interesse em demais assuntos com este tema e se quiser fazer alguma sugestão, entre em contato com a Tip Top! Fontes: Saúde Abril Associação Inspirare USP
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