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Cuidando | 25/06/2020

Como manter a saúde mental das crianças na quarentena

Por Cristiane Lorga, mãe da Luísa, Psicóloga Sistêmica e Consteladora

Para manter a saúde mental das crianças primeiro é preciso manter a sua. Nos voos, a instrução, em caso de despressurização, é que as máscaras devem ser colocadas nos adultos e, depois, nas crianças. Os pais precisam estar saudáveis, fortalecidos para que consigam nutrir, proteger seus filhos. Uma pessoa só é capaz de dar, de compartilhar, o que já é dela, nada mais, portanto, cuide-se e seu filho estará bem.

As crianças são como esponjas, sugam tudo dos adultos. Sentem a energia reinante na casa e se comportam como tal. É impossível achar que pode enganá-los ou que eles não estejam percebendo o que está acontecendo — seus sentimentos, mesmo nada sendo dito, elas sentem e se comportam conforme as emoções dos pais.

Primeiro passo: conte a verdade

Esse é o melhor caminho. Dependendo da idade, de uma forma mais lúdica e menos detalhada; para os mais velhos, mais realista, entretanto, não fatalista. As histórias se aprofundam conforme as perguntas das crianças: elas serão seu termômetro para avançar ou recuar.

A ideia principal é acolher as emoções do seu filho. Dizendo sim ao medo, a raiva, a insegurança… sua e dele. Além do mais, lembre-se e aceite que alguns dias serão mais difíceis, agressivos, tensos, incompreensíveis, tristes, saudosos… E nesses dias, basta ficar ao lado da criança — silêncio, presença.

Descreva o que está acontecendo: sim filho, sei que você quer sair, ir para a escola, encontrar os amigos, avós, ir ao parque… Fale uma frase apenas e faça uma pausa para escutar, ver sua reação. Acolha no silêncio, no abraço, no estar junto, no toque.

Próxima fase

É hora de ensinar o nome desta emoção, de uma forma universal, generalizada: quando queremos fazer algo e não podemos é frustrante (chato, triste, ruim, dá raiva…). Ou seja, todos podem sentir isso, é normal. Você é como todo mundo e está tudo bem.

Outra pausa. Agora conduza a criança à solução: o que gostaria de fazer agora? Qual seria uma boa ideia para melhorar isso? Outra pausa. Confie que ela vai encontrar a melhor resposta. Mesmo que seja ficar quieta por um tempo.

Talvez ajude compartilhar como você faz: quando isso acontece comigo, eu… soco almofada, desenho, pinto, rasgo papel, cozinho, corro em volta da mesa, ligo para a vovó… Dê ferramentas. Aqui vale falar uma frase que eu adoro: às vezes funciona. Ou seja, pode não dar certo dessa vez, mas não custa tentar ficar mais leve.

Outra coisa, essa é uma época de maior flexibilidade, sem tantas regras, o certo hoje pode não ser amanhã e tudo bem, desde que você, como cuidador, esteja realmente confortável com a sua decisão.

Pai, Mãe: você é o especialista, a autoridade

Atenção para não apavorar seu filho. Sim, existem algumas regras: sem escola, sem amigos, sem sair à toa, máscaras, álcool em gel, lavar as mãos… E tudo isso pode ser lúdico, uma gincana, rituais da nossa família.

As máscaras podem ser feitas pelas crianças, elas escrevem seus nomes, fazem marcas, podem usar capas de super-heróis, luvas engraçadas, cabelos coloridos, sobrancelhas pintadas, orelhas, bonés, brincadeiras — algo que só vocês façam, um segredo familiar, códigos para sair de casa e dominar o “monstro invisível”. Afinal, vocês juntos têm o poder.

Para finalizar, uma dica muito boa nesse momento é o filme: “A vida é bela” (1997). Em meio à guerra, um pai nos ensina a força do amor entre pais e filhos.

Recebam todo meu carinho, respeito e parabéns por serem os melhores pais que seus filhos poderiam ter. Ah, e vocês podem me acompanhar no Instagram para conferir muitas outras dicas: @crislorga.psicologa ou @its.terapia.

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